Rejeição Entre Independentes Abala Viabilidade de Michelle Bolsonaro para 2026, Aponta Quaest
Brasília, 13 de novembro de 2025 – Em um cenário político cada vez mais intrincado, os resultados da mais recente pesquisa Quaest, divulgados nesta quinta-feira, acendem um alerta para as pretensões eleitorais da família Bolsonaro, especialmente no que tange à figura de Michelle Bolsonaro. A ex-primeira-dama, apontada como um dos nomes promissores da direita, recebeu a “pior notícia do mês” entre os potenciais adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conforme a análise de Felipe Nunes, diretor da consultoria.
O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos e realizado entre os dias 6 e 9 de novembro com 2.004 eleitores, revela um quadro de crescente polarização e, simultaneamente, de desconfiança por parte do eleitorado independente. Em uma simulação de segundo turno, Lula e Jair Bolsonaro voltam a apresentar um empate técnico, um indicativo da persistente divisão do país. Contudo, a análise aprofundada mostra que a vantagem do petista sobre outros seis possíveis candidatos diminuiu para além da margem de erro de dois pontos percentuais.
Para Michelle Bolsonaro, a situação é particularmente delicada. Embora a vantagem de Lula sobre ela tenha oscilado para baixo – de 12 para 9 pontos percentuais –, permanecendo dentro da margem de erro, a questão crucial reside na sua alta rejeição. Nunes salienta que os três nomes da família Bolsonaro testados na pesquisa – Eduardo, Jair e Michelle – registram os maiores índices de rejeição entre os dez nomes avaliados, especialmente entre aqueles que se definem como independentes, ou seja, que não se alinham nem ao lulismo, nem ao bolsonarismo, nem à esquerda ou à direita.
Essa rejeição entre os independentes é um fator determinante para a viabilidade de qualquer candidatura do clã Bolsonaro em 2026. O eleitorado que não se identifica com os extremos políticos parece buscar alternativas, e a dificuldade de transpor essa barreira de desaprovação pode minar as chances de qualquer membro da família que almeje um cargo eletivo majoritário.
Não obstante, a pesquisa também aponta um aumento na rejeição a Lula entre os mesmos independentes, passando de 54% em outubro para 64% em novembro. Este dado complexifica ainda mais o tabuleiro eleitoral, sugerindo que, embora os extremos tenham suas bases consolidadas, o caminho para a vitória em 2026 passará inevitavelmente pela capacidade de conquistar o centro e diminuir a repulsa de quem não se engaja em dogmas partidários.
Para o D-Taimes, a leitura é clara: o centro político, embora pulverizado, detém um poder decisivo. A capacidade de dialogar com os independentes e oferecer soluções que transcendam as bolhas ideológicas será o grande desafio para as próximas eleições. A “pior notícia” para Michelle Bolsonaro, portanto, é um espelho das dificuldades que a polarização impõe a qualquer projeto de poder que não consiga se desvencilhar de altas taxas de rejeição.
