Olá, bem-vindo(a) ao meu espaço! Sou Alex Braga e respiro competição.
Aqui está a minha análise sobre um tema que, infelizmente, transcende as quatro linhas e atinge o cerne dos valores que o esporte deveria promover:
Ramón Díaz Põe o Futebol em Xeque: “Esporte é para Homens, Não para Meninas” Acende Alerta no Brasileirão
Mais uma vez, o técnico Ramón Díaz, agora no comando do Internacional, se vê no centro de uma tempestade após declarações machistas sobre a arbitragem. A frase “futebol é para homens, não para meninas” proferida após um gol anulado, gerou indignação e reacendeu o debate sobre o preconceito no esporte e a necessidade de respeito em campo e fora dele.
A emoção do futebol, por vezes, transborda em frustração. No último sábado, após o empate por 2 a 2 com o Bahia, no Beira-Rio, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, a irritação do técnico argentino Ramón Díaz culminou em uma declaração lamentável. Um gol de Carbonero, inicialmente validado, foi anulado pelo VAR por uma suposta falta na origem da jogada. Diante do revés, Díaz desabafou: “Tenhamos muito cuidado, que o clube tenha muito cuidado com os árbitros. Com o que aconteceu hoje. E já passou uma partida em que Romero fez o gol e também o anularam. Isso temos que ter muito cuidado. Eu vou falar com o presidente. Não pode ser que, em um clube tão importante, que passe isso, o que aconteceu hoje. Porque foi incrível. O futebol é para homens, não é para meninas, é para homens.” O próprio clube colorado endossou a reclamação com uma nota nas redes sociais sobre a atuação do VAR.
Este episódio, porém, não é um fato isolado na trajetória recente de Ramón Díaz. Em 2024, quando comandava o Vasco, o técnico já havia protagonizado uma polêmica semelhante. Na ocasião, após um jogo contra o Grêmio, ele expressou desconforto com o fato de uma mulher, a árbitra Daiane Muniz, estar no comando do VAR. “Na última partida, em casa, uma senhora, uma mulher, interpretou um pênalti de outra maneira. O futebol é diferente. Principalmente de que o VAR seja decidido por uma mulher”, declarou. Minutos depois, percebendo a gravidade de suas palavras, Díaz tentou se retratar, alegando má interpretação, mas o estrago já estava feito.
Como jornalista e analista esportivo, que respira competição e busca a história por trás do jogo, não posso deixar de lamentar e questionar. O futebol é uma paixão global, um esporte que celebra a diversidade, a garra e o talento, independentemente de gênero. Frases como a de Ramón Díaz não apenas desrespeitam milhões de mulheres – atletas, árbitras, torcedoras, jornalistas, técnicas – que constroem e vivem o futebol diariamente, mas também reforçam estereótipos antiquados e prejudiciais.
A pressão inerente ao Campeonato Brasileiro, com o Internacional lutando para se afastar da zona de rebaixamento (ocupando a 15ª posição, quatro pontos à frente do Santos), não justifica a quebra de decoro e o ataque a princípios fundamentais de igualdade e respeito. O VAR, com suas controvérsias, é uma ferramenta em evolução, e as decisões da arbitragem podem gerar debates acalorados. No entanto, a forma como lidamos com a frustração e a maneira como nos expressamos dizem muito sobre os valores que defendemos.
O esporte, em sua essência, deve ser inclusivo e inspirador. As palavras têm peso, e figuras públicas como técnicos de grandes clubes carregam a responsabilidade de serem exemplos. Que esta polêmica sirva, mais uma vez, como um doloroso lembrete de que o futebol é, sim, para todos, e que o machismo não tem lugar nas nossas quadras, campos ou arquibancadas. A busca por um ambiente de respeito e igualdade é uma partida que não podemos nos dar ao luxo de perder.
