Paraíba Amplia Feriado da Consciência Negra: Entre o Reconhecimento e o Debate sobre a Produtividade Pública
Por Alice Drummond, D-Taimes
João Pessoa, Paraíba – Em um movimento que busca estender a celebração e a reflexão em torno do Dia Nacional da Consciência Negra, o Governo da Paraíba, sob a gestão de João Azevêdo (PSB), decretou ponto facultativo nas repartições públicas estaduais para a sexta-feira, 21 de novembro de 2025. A medida, oficializada através da Portaria nº 0774 da Secretaria de Estado da Administração (Sead) e publicada no Diário Oficial, concede aos servidores um “feriadão” prolongado, unindo o dia facultativo ao feriado de 20 de novembro.
A decisão, embora motivada pela intenção de proporcionar um período mais longo de descanso e possivelmente de engajamento em atividades relacionadas à data, reascende um debate importante sobre a eficiência da máquina pública e o impacto de tais decretos na continuidade dos serviços. Em minha análise para o D-Taimes, questiono como essas pausas, ainda que pontuais, se alinham com a necessidade crescente de uma gestão pública ágil e focada nas demandas do cidadão.
É certo que a pausa não afetará os serviços considerados essenciais, que, como a própria portaria ressalta, funcionarão normalmente para garantir o atendimento à população. Contudo, a suspensão do expediente na administração direta e indireta levanta a questão da produtividade e da capacidade de resposta em setores não classificados como “essenciais” no dia a dia, mas que desempenham um papel crucial na rotina administrativa do estado.
O Dia da Consciência Negra é, sem dúvida, uma data de profunda importância histórica e social, um momento de reconhecimento da luta e da resistência do povo negro no Brasil. A extensão do feriado pode ser vista como um gesto simbólico do governo para valorizar a data. No entanto, o jornalismo do D-Taimes busca ir além do simbólico, investigando as ramificações práticas.
Em um cenário onde a otimização dos recursos e a desburocratização dos processos são pautas constantes, cada dia de expediente facultativo merece uma análise sobre seu custo-benefício. Quantos processos administrativos são postergados? Qual o impacto real na celeridade das entregas governamentais? E como isso ressoa no cidadão comum que busca resolver suas pendências junto ao Estado?
O equilíbrio entre o direito ao descanso e a eficiência da gestão pública é um desafio contínuo para qualquer administração. Enquanto a Paraíba se prepara para a pausa, a discussão sobre a produtividade e a otimização dos serviços públicos permanece em pauta, um tema caro à nossa missão de descomplicar o poder e analisar criticamente suas intersecções com a vida cotidiana.
