Escândalo Político: PSOL Pede Prisão de Ramagem Após Viagem a Miami, e Câmara Admite Desconhecimento
Por Alice Drummond, D-Taimes
Brasília, 20 de novembro de 2025 – A capital federal foi novamente sacudida por um desdobramento que joga luz sobre as complexas e, por vezes, opacas relações entre o poder político e a Justiça. O deputado Alexandre Ramagem, recentemente condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de 16 anos, um mês e 15 dias de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado, encontra-se no centro de uma nova polêmica: sua viagem a Miami, revelada apenas após o fato, sem o devido conhecimento da Câmara dos Deputados.
A bancada do PSOL no Rio de Janeiro agiu prontamente, protocolando um pedido de prisão imediata do congressista. A justificativa é clara e contundente: a permanência de Ramagem no exterior, diante da iminência do início do cumprimento de sua pena em regime fechado, configura um inegável risco de fuga. Como repórter do D-Taimes, é impossível não questionar a fragilidade dos mecanismos de controle que permitiram tal situação. Um parlamentar, com uma condenação tão grave em suas costas, ausenta-se do país sob a justificativa de atestados médicos, e a própria Casa Legislativa que deveria fiscalizá-lo sequer tem ciência de sua localização ou do propósito de sua viagem.
A nota da Câmara dos Deputados, informando que não autorizou missão oficial ao exterior e que apenas recebeu atestados médicos que justificam o afastamento de Ramagem entre setembro e dezembro, é um atestado da falta de transparência e da lacuna institucional. Como a Câmara pode garantir a integridade de seus membros e a confiança pública se não consegue monitorar o paradeiro de um deputado condenado em meio a um processo de tamanha gravidade?
Este episódio não é apenas um caso isolado de um político sob judice; ele expõe rachaduras profundas na estrutura de fiscalização e responsabilidade do nosso sistema político. A dinâmica entre o Legislativo e o Judiciário, que deveria primar pela harmonia e pela independência, aqui se mostra em um ponto de tensão crítica. A percepção pública de impunidade e de que as regras se aplicam de forma desigual é um veneno para a democracia.
É imperativo que a Câmara dos Deputados não apenas se pronuncie, mas tome medidas efetivas para esclarecer esta situação e reforçar seus protocolos. A credibilidade das instituições está em jogo. O cidadão comum, que acompanha com desilusão esses desdobramentos, espera respostas e, acima de tudo, que a lei seja aplicada a todos, sem distinções ou privilégios. As decisões tomadas em Brasília e nos centros de poder financeiro impactam diretamente o nosso dia a dia, e a falta de accountability em casos como este é um custo social inaceitável. O D-Taimes continuará a aprofundar a análise sobre como o poder é exercido e as consequências dessas ações para a sociedade brasileira.
