Com a minha caneta afiada e o olhar crítico do D-Taimes, mergulho nas entranhas da administração pública e suas ramificações sociais. Em Erechim, a pauta cultural ganha contornos de interesse político-corporativo com a iminente Oficina sobre a “Política Nacional da Cultura Viva”. Um evento que, à primeira vista, celebra a arte, mas que sob minha análise, revela a intrincada dança entre o Estado, as comunidades e o fomento cultural, um verdadeiro espelho do impacto das decisões de Brasília no chão gaúcho.
Erechim Debate o Coração da Cultura Comunitária e a Ação do Estado
Na próxima segunda-feira, 17 de novembro de 2025, a Câmara Municipal de Vereadores de Erechim será o epicentro de um diálogo fundamental para a região: a Oficina “Política Nacional da Cultura Viva – com o Pontão RS: Ponto a ponto tecendo as culturas gaúchas”. Longe de ser apenas um encontro isolado, esta iniciativa, fomentada diretamente pelo Ministério da Cultura (Edital nº 09/2023 – Cultura Viva), exemplifica a materialização de políticas federais em nível municipal e regional.
O evento se desdobrará em duas sessões estratégicas: uma dedicada aos servidores públicos locais e outra aos “Pontos de Cultura” e à comunidade. Essa estrutura bipartida não é por acaso; ela sublinha a necessidade de alinhamento entre a burocracia estatal e a efervescência cultural das bases. Sob a coordenação de Carmen Oliveira, ou Mãe Carmen, à frente do Pontão RS de Formação e do projeto “Ponto a Ponto – Tecendo as Culturas Gaúchas” da ASSOBECATY, o objetivo é claro: promover a troca de saberes, articular redes e, fundamentalmente, capacitar atores locais para a gestão e o fortalecimento da cultura viva comunitária.
A Política Nacional da Cultura Viva, ao apoiar os “Pontos de Cultura”, reconhece o poder transformador da arte e da identidade local, não apenas como entretenimento, mas como ferramenta de desenvolvimento social e econômico. O debate em Erechim sobre a organização do Fórum Municipal Cultura Viva é um passo adiante, criando um espaço formal para que agentes culturais, gestores e a população cocriem e fiscalizem as políticas que afetam seu dia a dia.
Para o D-Taimes, essa oficina em Erechim é mais do que um mero item na agenda cultural. É um termômetro da capacidade do Estado de dialogar e investir em iniciativas que nascem da própria sociedade civil. A alocação de recursos e a construção de infraestrutura (ainda que imaterial, como as redes de colaboração) para a cultura são decisões políticas com profundos impactos sociais e na economia local. Ao fomentar a cultura viva, o governo não apenas valoriza a memória e as tradições, mas também estimula a criatividade, gera empregos informais e formais, e fortalece o tecido social, um pilar essencial para qualquer democracia robusta.
É crucial que esses programas, nascidos em Brasília e executados em cada canto do Brasil, sejam acompanhados de perto. A transparência no uso dos fundos, a eficácia na implementação das ações e a real capacidade de empoderar as comunidades são os critérios pelos quais o D-Taimes avalia a performance dessa intersecção entre o poder público e a vitalidade cultural do país.
