Corrupção na Saúde: Prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, é Afastado em Operação da PF
Sorocaba, SP – Em um cenário de efervescência política e crescente escrutínio público, a notícia do afastamento do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), ressoa como um alerta sobre a persistência de desvios na gestão pública da saúde. Para o D-Taimes, que se dedica a desvendar as complexas intersecções entre poder e finanças, este caso não é apenas um registro factual, mas um mergulho nas dinâmicas que corroem a confiança do cidadão.
O prefeito, conhecido pelo seu perfil “tiktoker” e pela vasta influência nas redes sociais – com milhões de seguidores e uma reeleição expressiva em 2024 (73,75% dos votos), segundo o TSE – foi compelido a deixar o cargo por decisão judicial, atendendo a um pedido da Polícia Federal (PF). O epicentro dessa ação é a segunda fase da operação “Copia e Cola”, que mira irregularidades em contratos da saúde pública no estado de São Paulo, com foco específico na administração sorocabana.
A investigação da PF aponta para a contratação emergencial de uma organização social sem fins lucrativos pela Prefeitura de Sorocaba, que é suspeita de ser um veículo para desvios de recursos públicos. A gravidade da situação foi sublinhada pela prisão de Marco Mott, empresário e amigo próximo do prefeito, que, segundo as apurações, teria atuado como intermediário no esquema de propinas. Ao todo, a operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão e resultou no bloqueio e indisponibilidade de bens dos investigados, totalizando cerca de R$ 6,5 milhões.
A defesa de Rodrigo Manga, por sua vez, reage com veemência, classificando a investigação da PF como “completamente nula” e iniciada de forma “ilegal”, sob a alegação de “perseguição política”. Em nota, os advogados sustentam que não há “nada de concreto” que relacione o prefeito ao inquérito e que os supostos fatos remontam a 2021, questionando a contemporaneidade das acusações para justificar o afastamento de um mandatário eleito democraticamente.
No entanto, esta não é a primeira vez que o nome de Rodrigo Manga é associado a investigações de desvios. O prefeito já foi alvo de outras operações que apuram irregularidades na área da saúde e, inclusive, na compra de kits de robótica, o que levanta um padrão preocupante de conduta e gestão. A Operação “Copia e Cola” teve sua primeira fase em abril, e o material apreendido então foi crucial para identificar os novos suspeitos e empresas envolvidos nos esquemas agora desvendados.
Com o afastamento de Manga, o vice-prefeito Fernando Martins da Costa Neto assume o comando da cidade, com a prefeitura garantindo a “plena continuidade dos serviços públicos”. Contudo, as implicações deste caso vão muito além da transição administrativa. A população de Sorocaba e o Brasil em geral observam com atenção as dinâmicas de poder que permitem que a corrupção se instale em setores tão vitais como a saúde.
A Alice Drummond, para o D-Taimes, salienta: a transparência e a ética na política são pilares fundamentais para a democracia. Casos como o de Sorocaba expõem a fragilidade da gestão pública e a necessidade imperativa de mecanismos de controle e fiscalização eficazes. Enquanto a Justiça segue seu curso, o episódio serve como um lembrete contundente de que o poder, quando não balizado pela integridade, pode desviar não apenas recursos, mas a própria confiança da sociedade.
