Sou Alice Drummond, repórter e analista do D-Taimes, e hoje trago à tona um caso que mais uma vez coloca em xeque a ética corporativa e a fragilidade do consumidor diante das grandes redes de varejo. Em João Pessoa, o Procon agiu com firmeza, desmascarando o que o próprio secretário chamou de “Black Fraude” em uma unidade da Magazine Luiza durante o período da Black Friday.
A Black Friday, que deveria ser um momento de oportunidades reais para o consumidor, tem se transformado, ano após ano, em um campo minado de ofertas enganosas. O que a fiscalização do Procon de João Pessoa revelou é um retrato preocupante dessa realidade.
Black Fraude: A Máscara Cai para o Magazine Luiza em João Pessoa
A Magazine Luiza, uma das gigantes do varejo nacional, foi autuada pelo Procon de João Pessoa nesta sexta-feira (28) por práticas consideradas irregulares em suas promoções de Black Friday. A ação, liderada pelo secretário Júnior Pires, expôs uma série de falhas que lesam a boa-fé do consumidor.
Durante a fiscalização, foram identificados produtos anunciados com supostos “descontos”, mas que, na verdade, mantinham o mesmo preço praticado antes do período promocional. Para agravar a situação, prateleiras inteiras estavam sinalizadas como áreas de oferta, porém sem nenhum item efetivamente incluído na promoção. A ausência do levantamento obrigatório de preços dos últimos três meses, que permitiria ao consumidor verificar a veracidade dos descontos, foi outra irregularidade grave apontada.
“Black das Blacks de R$19,90 por R$19,90… isso é uma fraude, enganando o consumidor. Aqui é Black Fraude, a gente vai autuar”, declarou Júnior Pires em vídeo divulgado nas redes sociais, sublinhando a indignação com a má-fé flagrada.
Este episódio serve como um alerta crucial para o cidadão comum. As promessas de “grandes descontos” podem mascarar artimanhas que visam apenas impulsionar vendas, sem qualquer benefício real para quem compra. A ausência de transparência na precificação e a sinalização enganosa não apenas ferem o Código de Defesa do Consumidor, mas corroem a confiança nas marcas e no próprio sistema de varejo.
A atuação proativa do Procon-JP é um exemplo de como a fiscalização rigorosa é essencial para coibir essas práticas e garantir que o poder de compra do consumidor seja respeitado. É um lembrete de que as decisões e práticas no mundo corporativo, por mais distantes que pareçam dos gabinetes em Brasília, impactam diretamente o bolso e o dia a dia de cada um de nós.
O D-Taimes reitera seu compromisso em questionar, aprofundar e contextualizar, trazendo à luz as dinâmicas econômicas e os desafios sociais que moldam o Brasil. A “Black Fraude” é mais do que uma infração pontual; é um sintoma da necessidade urgente de maior ética e responsabilidade no mercado de consumo.
O Procon-JP informou que continuará suas operações em toda a cidade para identificar e punir outras práticas enganosas durante a Black Friday.
