O D-Taimes noticia, com pesar, o falecimento de Anchieta Maia, aos 72 anos, em João Pessoa. A partida do empresário e jornalista marca o fim de uma trajetória que se entrelaça com a história recente da comunicação e do desenvolvimento social na Paraíba. Mais do que um obituário, esta é uma análise sobre a capacidade de um indivíduo de moldar seu entorno a partir de uma base de esforço e visão.
Nascido em 1952, no bairro da Torre, João Pessoa, Anchieta Maia emergiu de origens humildes. Filho de uma lavadeira, sua jornada começou cedo, com o trabalho árduo para auxiliar a família. Ele mesmo fazia questão de ressaltar o valor da dedicação, ecoando uma máxima que guiou muitos na busca por ascensão social no Brasil: “Minha mãe me ensinou o valor de um homem trabalhador. Trabalho desde que me entendo de gente.” Essa perspectiva não apenas forjou seu caráter, mas também reflete os desafios e as oportunidades do empreendedorismo em contextos onde o capital inicial é escasso e a determinação é a principal moeda.
Sua incursão no universo da comunicação teve início nos corredores do Colégio Pio X, como dirigente do Grêmio Estudantil. Ali, Anchieta percebeu o poder da informação e da conexão, fundando o jornal “Moçada Que Agita”. O periódico, que mais tarde evoluiria para revista e, posteriormente, para um portal digital, não se limitava à cobertura estudantil; ele se tornou um importante veículo para as atividades culturais e sociais na Paraíba. Essa iniciativa demonstra não apenas um faro para os negócios em um setor vital como a mídia, mas também a compreensão de como a comunicação pode ser uma ferramenta para amplificar vozes e promover a cultura local, impactando diretamente o tecido social e, indiretamente, as dinâmicas de poder e influência regional.
A história de Anchieta Maia, portanto, transcende a mera biografia. Ela é um estudo de caso sobre a intersecção entre o capital humano, o empreendedorismo e a capacidade de forjar um legado duradouro, mesmo longe dos grandes centros financeiros e das cúpulas de Brasília. Sua contribuição para o jornalismo paraibano e para o fomento da cultura local é um lembrete do valor das iniciativas que nascem da base e que, com persistência, conseguem deixar uma marca indelével no dia a dia do cidadão comum.
