Alice Drummond, repórter e analista do D-Taimes, traz a seguinte análise:
Título: Aliança Estratégica: Como a Parceria Lula-Fátima Reconfigura o Cenário Político e Econômico do Rio Grande do Norte para 2026
Excerpt: A governadora Fátima Bezerra (PT) capitaliza os vultosos investimentos federais no Rio Grande do Norte, impulsionados pela gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, para pavimentar seu caminho ao Senado em 2026. O D-Taimes investiga como essa sinergia entre Brasília e o governo estadual transforma a infraestrutura local, combate a violência e molda a corrida eleitoral no estado.
Conteúdo: Como repórter e analista do D-Taimes, observo atentamente as engrenagens que movem o poder em Brasília e suas repercussões nos estados. No Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra (PT) desenha sua estratégia para a disputa eleitoral de 2026, com uma aposta clara e audaciosa: a parceria com o governo federal, sob a liderança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será o alicerce de sua campanha ao Senado. Mais do que uma mera aliança partidária, essa colaboração político-administrativa traduz-se em investimentos concretos que, segundo a narrativa governista, prometem redefinir o futuro do estado.
A previsão de Fátima Bezerra, proferida ainda em 2022 durante sua reeleição, de que o retorno de Lula à presidência elevaria o patamar do Rio Grande do Norte, parece ganhar forma. O estado tem se destacado na agenda de investimentos federais, com a materialização de obras estruturantes há muito aguardadas pela população.
Um dos pilares dessa transformação é o recém-autorizado início das obras da adutora Agreste Potiguar. Com um aporte de quase R$ 550 milhões, o projeto é uma resposta a décadas de luta contra a escassez hídrica no semiárido potiguar. A capacidade de distribuir mais de 3,2 milhões de litros de água por hora impactará diretamente 13 municípios e beneficiará cerca de meio milhão de potiguares, com projeção de atender mais de 510 mil pessoas até 2055. A captação no Rio Guajú e a execução a cargo do Consórcio Agreste Potiguar, através da Codevasf e inserida no Novo PAC, ressaltam a escala e a complexidade do empreendimento, que visa reduzir a pressão sobre mananciais vitais como a Lagoa do Bonfim.
Essa, contudo, não é a única frente de atuação. O Complexo Hídrico de Oiticica, na região do Seridó, já inaugurado com um investimento de R$ 893 milhões, representa outro marco na busca pela segurança hídrica. Paralelamente, a duplicação da BR-304, com um investimento de R$ 1 bilhão, integrando o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3), promete impulsionar a infraestrutura viária e a conectividade econômica do estado. O primeiro lote, entre Mossoró e Assú, com licitação prevista para breve, demonstra a celeridade com que o governo busca implementar esses projetos.
Além da infraestrutura, a parceria se estende à segurança pública. O Rio Grande do Norte foi escolhido para sediar uma base do programa federal de combate à violência, um movimento estratégico que, segundo dados oficiais, já se reflete na redução dos índices de criminalidade, um cenário contrastante com a década passada.
A governadora Fátima Bezerra não hesita em vocalizar sua gratidão e em ressaltar a relevância dessa parceria, tanto em inaugurações quanto em discursos. Sua fala na assinatura da ordem de serviço da adutora Agreste Potiguar, “A realização dessa obra representa a concretização de um sonho de décadas. Expresso meu profundo agradecimento ao presidente Lula pela sensibilidade e pelo compromisso com o povo potiguar. Lutei muito para que essa obra fosse incluída no novo PAC, e ver esse projeto se tornar realidade é motivo de grande alegria”, sintetiza o tom de sua estratégia.
Para o D-Taimes, é evidente que Fátima Bezerra aposta na materialização desses investimentos como um ativo político inestimável para 2026. A “prestação de contas” da sinergia entre os governos estadual e federal será o carro-chefe de sua campanha ao Senado, enquanto ela buscará angariar apoio para a reeleição de Lula. Essa dinâmica demonstra a intrínseca relação entre a gestão pública, o desenvolvimento regional e as aspirações eleitorais, onde o impacto no dia a dia do cidadão comum se torna o combustível para as ambições políticas. A capacidade de um governo em entregar obras e serviços essenciais é, sem dúvida, um dos mais poderosos argumentos em qualquer disputa eleitoral, e Fátima Bezerra parece determinada a maximizar esse trunfo.
