Bem-vindos ao meu espaço! Alex Braga por aqui, e hoje mergulhamos em uma história que pulsa com a mesma paixão dos grandes clássicos, mas que acontece muito além das quatro linhas. O futebol feminino no Brasil está em plena ascensão, e com ele, um movimento transformador que impulsiona mulheres a buscarem novas funções técnicas e de liderança. É a bola da vez fora de campo!
Os números não me deixam mentir. Em 2017, os cursos profissionalizantes da CBF registravam a presença de uma única mulher. Hoje, essa realidade é outra: mais de 200 profissionais buscam especialização, um salto gigantesco que reflete o despertar para um ambiente antes dominado por homens. A virada de chave, segundo a CBF Academy, veio a partir de 2019, ano da Copa do Mundo e do retorno de grandes clubes à modalidade, gerando um efeito dominó de interesse e oportunidades. Em 2021, um workshop gratuito atraiu mais de 400 mulheres, evidenciando o anseio por conhecimento e espaço.
No banco de reservas, o cenário ainda tem muito a evoluir, mas os passos são firmes. Atualmente, na elite do Campeonato Brasileiro Feminino, apenas Rosana Augusto comanda uma equipe, o Palmeiras, ex-Flamengo. No Sport, que disputará a Série A2, Macarena Deichler assume o posto. Ao longo da temporada, Ferroviária, Flamengo e Grêmio também tiveram treinadoras, mostrando que o talento existe e precisa ser valorizado. Nas Seleções de base, a presença feminina já é uma realidade: Rilany Silva lidera a sub-17 e Camilla Orlando, ex-Palmeiras, está à frente da sub-20. Aliás, para as equipes que disputam a Conmebol Libertadores Feminina, é obrigatório ter pelo menos uma mulher em suas comissões técnicas.
Mas o que dizem as protagonistas? “Precisamos de boas iniciativas que valorizem e abram um espaço para as mulheres dentro do futebol”, ponderou a treinadora Tatiele Silveira ao ge, ressaltando a importância do reconhecimento dos clubes e do apoio das confederações. Rosana Augusto, com a franqueza que o esporte exige, tocou em um ponto crucial: “Hoje, as mulheres saem atrás quando o assunto é futebol por conta da cultura machista que ainda temos no Brasil. Acho que o fato de não termos tantas treinadoras é porque isso não é estimulado, nem a gostar do esporte”. Camilla Orlando, por sua vez, celebra a oportunidade de ser uma “continuidade de treinadoras mulheres na Seleção”, inspirando novas gerações.
A busca por maior inclusão não é exclusividade brasileira. A FIFA, atenta a essa demanda, revelou em um relatório recente que apenas 22% das equipes femininas contam com técnicas. Para a Copa do Mundo Feminina de 2027, que o Brasil sediará, a entidade máxima do futebol mira aumentar esses números e tornar o ambiente mais acolhedor para as mulheres em todas as esferas. Essa iniciativa se alinha com o Projeto FIFA Series, que passará a incluir seleções femininas, com o Brasil abrigando disputas amistosas em abril de 2026, visando justamente o fortalecimento do cenário para o Mundial.
A jornada é longa, e desafios como o amadorismo persistente no futebol feminino do Rio de Janeiro – com WO’s e times jogando com menos atletas – e as questões de calendário, como a solicitada mudança de data da semifinal do Paulistão Feminino pelo Corinthians, demonstram que ainda há muitas batalhas a serem vencidas. Mas a paixão e a competência dessas mulheres são a força motriz para um futuro mais justo e promissor. É a história por trás do jogo, a análise tática do protagonismo feminino que está moldando o esporte bretão para melhor. E isso, para mim, é gol de placa!
