Bem-vindos ao meu espaço! Sou Alex Braga e, como sempre, respiro competição e as histórias por trás dos jogos. E hoje, meus amigos, a história que se desenrola nos gramados vai muito além das quatro linhas. O técnico do Internacional, Ramón Díaz, incendiou o debate no futebol brasileiro com uma declaração que, no mínimo, levanta uma bandeira vermelha: “Futebol é para homens, não para meninas”.
A frase, proferida após o empate frustrante do Colorado em 2 a 2 com o Bahia, no Beira-Rio, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, ecoa de forma preocupante. A equipe gaúcha, que chegou a abrir 2 a 0 com dois gols de Vitinho, permitiu o empate nos acréscimos, e a frustração do treinador parece ter transbordado em palavras infelizes.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que Ramón Díaz se vê no centro de uma controvérsia de gênero. Em abril de 2024, ele já havia precisado pedir desculpas por comentários depreciativos em relação à arbitragem feminina. Naquela ocasião, ele declarou: “Na última partida, em casa, uma senhora, uma mulher, interpretou um pênalti de outra maneira. O futebol é diferente. Principalmente de que o VAR seja decidido por uma mulher”.
É imperativo que, no esporte que tanto amamos e que busca cada vez mais a inclusão e a diversidade, figuras de liderança como treinadores e atletas compreendam o peso de suas palavras. O futebol, em sua essência, é paixão, superação e estratégia, e esses atributos não têm gênero. As “meninas” a quem Ramón Díaz se refere são, na verdade, milhões de mulheres que jogam, torcem, arbitram, analisam e vivem o futebol com a mesma intensidade e profissionalismo que qualquer “homem”.
Taticamente, o Internacional deixou escapar uma vitória crucial, mas a grande “tática” agora deve ser a da reflexão e do respeito. O esporte bretão, tão rico em emoções e histórias, não pode ser palco para discursos que minam o avanço de uma comunidade esportiva mais justa e igualitária. A camisa pesa, e as palavras também.
