A Ausência de Mossoró no Jogo Político das Emendas Parlamentares
Natal, RN – A recente reunião da bancada federal potiguar para debater a destinação de emendas parlamentares ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2026 expôs, mais uma vez, a fragilidade da representatividade política de Mossoró. A cidade, a segunda maior do Rio Grande do Norte, ficou à margem das discussões que definirão o destino de quase R$ 1 bilhão em recursos federais. A ausência do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil), principal interessado nos investimentos para o município, reforça a preocupação com o futuro da cidade.
O Rio Grande do Norte tem assegurado um montante significativo de R$ 959,8 milhões em emendas da bancada federal, recursos cruciais para o desenvolvimento do estado. No entanto, a falta de deputados federais e senadores que representem diretamente Mossoró na capital federal coloca a cidade em desvantagem na corrida por esses investimentos.
Enquanto outras instituições públicas e filantrópicas apresentavam suas demandas, a voz de Mossoró ressoou apenas através dos reitores da Ufersa, Rodrigo Codes, e da Uern, Cicília Maia. Ambos os gestores universitários levaram à bancada federal sugestões vitais para as duas instituições de ensino superior, incluindo a priorização do projeto do complexo de saúde da Ufersa e a expansão para novos cursos como Psicologia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, além da criação de um Hospital Universitário.
O Governo do Rio Grande do Norte, por sua vez, apresentou um conjunto de emendas ao Orçamento Geral da União (OGU) 2026 que totaliza R$ 179,1 milhões. Esses projetos estão estrategicamente alinhados com o desenvolvimento econômico e social do estado, com ênfase em infraestrutura rodoviária e recursos hídricos. A expectativa é que, apesar da lacuna de representação direta, Mossoró possa ser beneficiada indiretamente por essas iniciativas estaduais.
No cenário político local, a federação União Brasil/Progressistas no Rio Grande do Norte tem uma reunião agendada para esta quinta-feira, 13, em Natal, com a presença de Allyson Bezerra, que também é pré-candidato a governador. O encontro visa a formação do palanque majoritário e a definição da nominata para a Câmara dos Deputados, em um movimento que pode indicar novas estratégias para a representatividade da região.
Paralelamente, na Câmara Municipal de Mossoró, um novo bloco de vereadores “independentes” está sendo articulado por Jailson Nogueira (PL), Cabo Deivison (MDB) e Wiginis do Gás (União), recentemente desvinculado do governo. Essa movimentação pode reconfigurar o xadrez político local, deixando a oposição concentrada nas vereadoras Marleide Cunha e Plúvia, do PT.
Ainda em Mossoró, a empresária Stella Maris, do grupo TCM, foi aclamada como a primeira mulher vice-presidente da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) da cidade, um marco histórico que a posiciona como futura presidente da entidade para o quadriênio 2025/29.
A situação de Mossoró, sem representantes eleitos diretamente na bancada federal, serve como um lembrete contundente da importância do voto consciente e da necessidade de eleger políticos que realmente lutem pelos interesses de sua cidade e região no cenário nacional. A cidadania mossoroense terá em 2026 uma nova oportunidade para reverter esse quadro e garantir que a cidade retome seu lugar de direito nas discussões sobre o futuro do Brasil.
