A Tensão em Brasília: Alcolumbre Critica Demora na Indicação de Jorge Messias ao STF
Em um cenário político cada vez mais polarizado, as relações entre os poderes Executivo e Legislativo voltam a ser o centro das atenções em Brasília. O presidente do Senado e do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), expressou publicamente sua “perplexidade” e críticas a “setores do governo federal” pela demora no envio da mensagem com a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração de Alcolumbre, divulgada em nota à imprensa neste domingo (30), reacende o debate sobre a autonomia dos poderes e as complexas articulações nos bastidores da política nacional.
A Prerrogativa do Senado em Questão
Alcolumbre ressaltou que a prerrogativa de aprovar ou rejeitar o nome indicado ao STF é exclusiva do Senado, assim como a indicação é prerrogativa do Executivo. A demora na formalização da mensagem, mesmo após a escolha e publicação no Diário Oficial da União, é vista pelo presidente do Senado como uma tentativa de “interferir indevidamente no cronograma estabelecido pela Casa”, um movimento que ele considera prejudicial à separação de poderes. “Não se pode permitir a tentativa de um poder desmoralizar o outro para fins de autopromoção”, afirmou Alcolumbre, sublinhando a importância do respeito às esferas de atuação de cada poder.
Bastidores e Insinuações: A Reação do Governo
A indicação de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao STF já gerava expectativas. A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado está agendada para 10 de dezembro. No entanto, a base governista, nos bastidores, interpreta a aceleração do processo por Alcolumbre como uma resposta à sua insatisfação com a escolha de Messias. A percepção é que, com um prazo mais curto entre a indicação e a sabatina, Messias teria menos tempo para angariar os 41 votos necessários para sua aprovação.
Horas após o comunicado de Alcolumbre, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu as críticas, afirmando que o Planalto “jamais” considerou “rebaixar a relação institucional com o presidente do Senado a qualquer espécie de fisiologismo”, e “repele tais insinuações”.
Cronograma e Soberania: A Posição do Senado
Davi Alcolumbre defendeu que o prazo estipulado para a sabatina “guarda coerência com a quase totalidade das indicações anteriores e permite que a definição ocorra ainda em 2025, evitando a protelação que, em outros momentos, foi tão criticada”. Ele garantiu que a Presidência do Senado não permitirá interferências na decisão da Casa, que será “livre, soberana e consciente”.
A preferência de Alcolumbre, segundo informações de parlamentares, era pelo nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD), que, no entanto, foi descartado por Lula, que o prefere como candidato ao governo de Minas Gerais. Este cenário de trocas de farpas e movimentações políticas nos bastidores reforça a complexidade das relações institucionais em um momento crucial para a composição do Supremo Tribunal Federal. A sociedade, atenta, acompanha os desdobramentos dessa disputa, que terá impacto direto no equilíbrio de poder e na direção do país.
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