Bem-vindos ao meu espaço! Sou Alex Braga e, como um observador incansável da paixão que move o esporte, é com grande entusiasmo que trago a história de Tamiris Souza, uma verdadeira fenômeno que transcende as barreiras e redefine o que significa ser um atleta de elite no paradesporto brasileiro. Da agilidade dos gramados adaptados ao dinamismo das quadras de goalball, Tamiris prova que o talento e a dedicação são universais.
Aos 32 anos, a paulista Tamiris Souza já ostentou a camisa 10 da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de Futebol de Cegos, na Índia, onde o Brasil fez uma estreia histórica e garantiu a quarta colocação. É inegável que o faro de gol corre em suas veias. Mas o que impressiona é a sua versatilidade e a paixão que a impulsionam a buscar novos desafios.
Agora, com outra bola de guizos, mais pesada e manejada com as mãos, Tamiris se revela uma goleadora nata no goalball. Ela defende as cores do IRM (Instituto Roberto Miranda) no Campeonato Brasileiro – Série B, organizado pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). “Eu usei o alto rendimento do futebol para vir para o alto rendimento do goalball. É um esporte que eu comecei e de que gosto bastante. Essa jornada é cansativa, mas eu gosto bastante da adrenalina e estou preparada para representar o IRM”, compartilhou a atleta, que teve um estiramento na retina aos 6 anos, levando a uma perda gradativa da visão.
Sua jornada no paradesporto começou, de fato, com o goalball, modalidade que conheceu através da Escolinha Paralímpica do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), um projeto fundamental para a iniciação de crianças com deficiência. O futebol de cegos, esporte que a trouxe aos holofotes da Seleção, só entrou em sua vida em 2024, pela APADV (Associação de Pais, Amigos e Deficientes Visuais), de São Paulo. Foi seu desempenho excepcional em competições pela APADV que chamou a atenção e lhe rendeu o convite para integrar o IRM.
Em quadra, Tamiris destaca as similaridades táticas e emocionais entre as duas modalidades, especialmente a crucial comunicação entre os atletas e a sensibilidade ao som da bola. “Tem de escutar com o coração e a alma a bolinha de guizos”, brinca a jogadora, uma frase que resume a essência do esporte e a sua conexão única com ele.
A luta pelo acesso à Série A do goalball feminino é intensa. A categoria feminina não tem uma final tradicional; as seis equipes participantes se enfrentam em chave única, e o time com a maior pontuação é coroado campeão, garantindo a vaga na Série A de 2026. A vitória do IRM por 3 a 2 sobre a ADEVIBEL (Associação dos Deficientes Visuais de Belo Horizonte) na última rodada é um passo importante nessa caminhada.
A história de Tamiris Souza é um lembrete inspirador de que o esporte é um palco para a superação, a adaptação e a paixão. Ela não apenas busca resultados, mas escreve uma crônica de dedicação, mostrando ao mundo que os limites são, muitas vezes, apenas uma questão de perspectiva. No universo do goalball e do futebol de cegos, Tamiris não só vê o jogo, ela o sente em sua totalidade, com o coração e a alma. Que sua jornada continue a inspirar muitos a encontrar a alegria e a excelência no esporte.
Novas Tags Sugeridas: Goalball, Esporte Adaptado, Talento Multiesportivo
