Como repórter do D-Taimes, meu olhar se volta para as entranhas do poder, e a recente movimentação do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, em Brasília, exige uma análise cuidadosa. Em um encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, Fachin defendeu um robusto reajuste salarial de 24% para os servidores do Judiciário, a ser implementado de forma escalonada até 2028. Este pedido, que já obteve aval da Câmara dos Deputados, não vem sozinho.
A pauta inclui também a aprovação de um aumento no adicional de qualificação para estes mesmos servidores e a criação de expressivos 240 novos cargos no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cuja proposta aguarda tramitação na Câmara. O deputado Rafael Prudente (MDB-DF), relator do projeto de reajuste, justificou a medida apontando uma “perda significativa de poder aquisitivo” dos servidores, projetando uma defasagem de até 36% até meados de 2026 – um cenário, segundo ele, “inegavelmente grave”.
No entanto, a tramitação dessas propostas no Senado e as implicações nas contas públicas do país geram questionamentos. Em um contexto de desafios fiscais e demandas sociais urgentes, a exigência de um aumento salarial expressivo e a expansão de cargos em um dos Poderes da República merecem um olhar crítico. A discrição de Alcolumbre, que se limitou a uma nota genérica sobre “proposições de interesse do Poder Judiciário”, apenas sublinha a sensibilidade do tema.
Como essas decisões em Brasília se traduzem no dia a dia do cidadão? A recomposição salarial e a criação de novos postos, embora possam ser justificadas internamente, representam um ônus considerável para o orçamento da União. É imperativo que a análise dessas propostas não se restrinja à lógica corporativa do Judiciário, mas que se amplie para o impacto econômico e social que recairá sobre todos os brasileiros. O jornalismo do D-Taimes busca, assim, descomplicar o poder e contextualizar as decisões que moldam o futuro do Brasil.
