Bem-vindos de volta ao nosso espaço, onde o esporte é paixão, mas a justiça deve ser a regra do jogo. Sou Alex Braga, e hoje, a manchete que nos tira o fôlego não é sobre um golaço ou uma vitória épica, mas sim sobre um lance rasteiro de corrupção que atinge em cheio a credibilidade do nosso futebol. Uma operação da Polícia Federal no Rio de Janeiro revelou um esquema milionário de desvio de FGTS de treinadores e jogadores, com a participação chocante de funcionários da Caixa Econômica Federal.
A “tática” da quadrilha era audaciosa. Segundo as investigações, cerca de R$ 7 milhões foram desviados, utilizando documentação falsa e a cumplicidade de bancários. O elo crucial, uma advogada com trânsito no meio futebolístico, operava a transferência indevida dos fundos. Imagens de circuito interno de uma agência no Centro do Rio mostram a advogada Joana Costa de Oliveira, ex-diretora jurídica do Botafogo, no momento de uma das transações fraudulentas, em março de 2024. Ali, na cara da impunidade, R$ 440 mil do FGTS do zagueiro Christian Tarouco, o Titi, foram sacados sem seu conhecimento, com o aval da gerente Gladys McLaughlin e outros funcionários da Caixa, Sérgio Felix da Silva e Silvana da Silva Gomes.
A lista de “vítimas” é um triste rol de nomes conhecidos do esporte. Além de Titi, a fraude atingiu o experiente treinador Oswaldo de Oliveira, que viu quase R$ 600 mil de seu FGTS desaparecerem em dez saques ao longo de um ano. “Não poder usar o dinheiro que eu ganhei honestamente com meu suor, isso é muito decepcionante”, desabafou o técnico, em um depoimento que traduz a indignação de muitos. Outros jogadores como Guerrero, Ramires, Raniel, João Rojas e Cueva também tiveram seus fundos de garantia esvaziados. É um golpe que mostra a fragilidade dos nossos atletas, que muitas vezes confiam em profissionais que deveriam zelar por seus interesses.
A Caixa Econômica Federal, após uma apuração interna, confirmou as irregularidades e garantiu a devolução dos valores aos clientes, afirmando possuir uma equipe dedicada à segurança e mitigação de vulnerabilidades. Os envolvidos, incluindo os bancários e a advogada, podem responder por falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa. A defesa de Joana Costa de Oliveira alega boa-fé e colaboração, mas a realidade dos fatos e o montante desviado pintam um quadro sombrio.
Este episódio serve como um alerta severo. Não é apenas sobre dinheiro, é sobre a confiança. A confiança que depositamos em instituições, em profissionais, e na transparência de um sistema que deveria proteger o patrimônio de quem, com seu talento e suor, tanto contribui para a paixão nacional. O futebol, assim como a vida, precisa de regras claras e de um jogo limpo. A luta contra a corrupção é uma partida que exige a atenção e a vigilância de todos nós, para que a beleza do esporte não seja manchada por atitudes tão vis.
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