Como Alice Drummond, para o D-Taimes, mergulho nas entranhas das dinâmicas que moldam o cenário corporativo e suas reverberações no cotidiano. Recentemente, a Primeira Página trouxe à tona um alerta crucial da consultora Sônia Regina, especialista em sucessão e liderança, que ressoa profundamente em nossa análise sobre o poder político e corporativo: “A equipe é reflexo da liderança”. Mas, para além da frase de efeito, o que essa máxima revela sobre os desafios reais que empreendedores e profissionais enfrentam no Brasil?
Sônia Regina aponta um calcanar de Aquiles para muitas empresas, especialmente as familiares e as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que formam a espinha dorsal da nossa economia: o fracasso não por falta de mercado, mas pela inação do líder em se preparar para o futuro. É um diagnóstico que transcende as fronteiras do negócio individual e se infiltra nas engrenagens maiores do desenvolvimento econômico.
A consultora desmistifica a ideia de que governança é “coisa de empresa grande”. Em um país onde a longevidade das empresas é um desafio constante, a governança surge como um pilar fundamental para a continuidade e a resiliência. A resistência de fundadores, que se apegam ao “sempre deu certo assim”, é um entrave perigoso em um mundo que, como Sônia enfatiza, mudou drasticamente. A liderança que trouxe uma empresa até um ponto não será, necessariamente, a que a levará adiante. Essa estagnação, essa incapacidade de delegar, de buscar perspectivas externas e de evoluir emocionalmente, não só trava o negócio em si, mas limita a geração de empregos, a inovação e, consequentemente, o bem-estar social.
A experiência de mais de 30 anos de Sônia Regina, conduzindo processos de sucessão e profissionalização em diversos setores, tanto no Brasil quanto no exterior, reforça a urgência dessa transformação. A entrada de conselhos com pessoas externas, a preparação de líderes para a delegação eficaz e a disposição para se tornar menos o “limitador” e mais o “catalisador” são movimentos essenciais.
Para o D-Taimes, a análise é clara: o reflexo da liderança não se limita aos muros da empresa. Uma gestão engessada e avessa à evolução impacta a produtividade, a competitividade e a capacidade do Brasil de inovarr e gerar prosperidade. É um chamado para que os empreendedores brasileiros olhem para dentro, questionem suas estruturas e se preparem para um futuro que exige flexibilidade, visão e, acima de tudo, uma liderança disposta a crescer junto com seus negócios e com o país. A capacidade de adaptação e a busca por novas estratégias de gestão são imperativos para que o capital humano seja valorizado e a economia se mantenha vibrante, longe das amarras da estagnação.
