Sou Alice Drummond, repórter e analista focada nas intersecções entre o poder político e o mundo corporativo para o D-Taimes. Minha lente se volta hoje para Ribeirão Preto, onde o cenário político municipal passa por uma significativa recomposição, com reflexos diretos na representatividade e na gestão pública.
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Ribeirão Preto quebrou o silêncio e emitiu sua primeira manifestação oficial após a decisão do Conselho de Ética da Câmara Municipal, que culminou na suspensão por seis meses do vereador Bigodini. O partido afirmou respeitar a deliberação, um passo importante que sinaliza a aceitação de ritos internos e éticos, fundamentais para a credibilidade das instituições legislativas.
Com o afastamento de Bigodini – que cumprirá a suspensão sem vencimentos –, abriu-se uma vaga no legislativo ribeirão-pretano. A primeira suplente do MDB no pleito de 2024, Maria Eugênia Biffi, optou por manter-se na Secretaria de Cultura e Turismo, pavimentando o caminho para Robson Vieira, de 36 anos, assumir a cadeira.
A entrada de Vieira na Câmara é um ponto a ser analisado com atenção. Bacharel em Educação Física e notório líder comunitário, Robson atua há 14 anos na coordenação do “Projeto Despertando para o Futuro”, um programa que impacta a vida de mais de 450 crianças e adolescentes através de atividades esportivas e sociais no Parque Ribeirão Preto e na zona Oeste da cidade. Adicionalmente, ele mantém há 13 anos o “Projeto Oficina do Corpo”, focado na saúde e bem-estar de mulheres, oferecendo aulas funcionais em espaços públicos. Ambos os projetos são fruto de trabalho voluntário.
Sua decisão de disputar as eleições em 2024, transformando sua experiência social em ação política, sugere uma busca por amplificar as vozes e necessidades de sua comunidade diretamente no parlamento municipal. Essa ascensão representa um movimento interessante para a política local, indicando a possibilidade de uma maior capilaridade entre as demandas da base e as decisões legislativas.
Os próximos passos incluem o encaminhamento de um ofício da Câmara Municipal à 108ª Zona Eleitoral para a formalização da lista de suplentes e, consequentemente, a convocação oficial de Robson Vieira. Ele terá até 15 dias após a notificação para apresentar a documentação necessária e tomar posse de seu cargo, iniciando assim sua jornada como vereador.
A suspensão de Bigodini, embora não detalhada em suas motivações na nota oficial do partido, e a subsequente posse de um líder comunitário com histórico de serviço voluntário, ressaltam a constante dinâmica da política municipal e a crescente demanda por representantes com forte ligação com as causas sociais e o cotidiano do cidadão. O D-Taimes seguirá acompanhando de perto as implicações dessa transição para a governança de Ribeirão Preto.
