A Batalha do Colosso: O Clássico Gaúcho com 21 Expulsões que Entrou para a História!
Bem-vindos ao meu espaço! Alex Braga por aqui, pronto para mergulhar em uma história que transcende as quatro linhas e nos faz refletir sobre a intensidade do nosso futebol. No dia 11 de novembro de 1973, o modesto Colosso da Lagoa, em Erechim, foi palco de um episódio que até hoje ecoa nos corredores da história do futebol gaúcho: o clássico entre Ypiranga e Gaúcho, que ficou conhecido como a “Batalha do Colosso”.
Imagine a cena: um jogo da Copa Governador do Estado, rivalidade à flor da pele, e de repente, o caos. O placar final pouco importa, pois o que realmente marcou aquele dia foram as inacreditáveis 21 expulsões – 11 jogadores do Ypiranga e 10 do Gaúcho! Sim, você leu certo. Quase todos os atletas em campo foram para o chuveiro mais cedo.
A faísca que incendiou o campo veio de um lance banal: um escanteio para o Gaúcho. O diretor do Ypiranga, Valmor Vanz, presente naquele dia, relembra que o zagueiro Daison Pontes, do Gaúcho, empurrou o goleiro Valdir, do Canarinho. A retribuição veio em forma de chute, e logo um lateral do Ypiranga, Cláudio, seguiu o exemplo. A arbitragem de Hedo Porto Alegre inicialmente expulsou apenas os dois jogadores do Ypiranga. Mas a indignação de Valdir o levou a um ato de fúria, pegando a bandeirinha de escanteio e partindo para cima de Daison. Foi o sinal para a confusão generalizada.
O que se seguiu foi uma verdadeira batalha campal. Em meio à poeira e aos empurrões, o árbitro, em um movimento raríssimo, abandonou o campo. No entanto, ele retornaria para aplicar uma punição coletiva que chocou a todos. Apenas um jogador, Mosquito do Gaúcho, escapou ileso da onda de cartões vermelhos, por não ter se envolvido na briga.
As consequências para o Ypiranga foram imediatas e, de certa forma, cômicas. Com o elenco principal suspenso, o clube precisou de malabarismo para a partida seguinte contra o Juventude de Guaporé. A equipe entrou em campo com reservas, juniores e, acreditem, até ex-jogadores que foram inscritos às pressas, prática permitida na época. O mais surpreendente? O time improvisado venceu fora de casa, gerando uma carreata de celebração pela cidade na volta da delegação – um testemunho da resiliência e do espírito comunitário que o futebol do interior tantas vezes nos apresenta.
Curiosamente, o zagueiro Daison Pontes, pivô da confusão inicial, protagonizaria outro momento lamentável um ano depois, em 1974. Em um jogo contra o Inter de Santa Maria, revoltado com a marcação de dois pênaltis contra sua equipe, ele agrediu o árbitro José Luis Barreto com socos e pontapés, alegando perseguição. A atitude lhe rendeu 18 meses de suspensão, dos quais cumpriu 12. De acordo com a Revista Placar, Daison foi um dos jogadores mais indisciplinados do futebol brasileiro, acumulando 18 expulsões em sua carreira.
Histórias como a da “Batalha do Colosso” nos lembram que o futebol vai muito além do resultado. É paixão, é rivalidade, é a capacidade de gerar momentos de euforia e de descontrole, que se tornam lendas passadas de geração em geração. Que lição podemos tirar? Que a emoção faz parte do jogo, mas o respeito às regras e à integridade do esporte são sempre a maior vitória.
Alex Braga, direto do coração do esporte!
