Como jornalista e analista esportivo, meu olhar vai além do placar, buscando as histórias que dão vida à competição e ao desenvolvimento humano. E em Mogi das Cruzes, uma iniciativa inspiradora no Centro Municipal de Paradesporto Professor Cid Torquato mostra que o esporte, em sua essência mais pura, é uma ferramenta poderosa de inclusão e bem-estar.
A última semana marcou o início de um projeto inovador: uma parceria entre as Secretarias Municipais de Esporte e Lazer e de Agricultura e Segurança Alimentar que levou atividades de plantio de horta e canteiro ornamental para os alunos e paratletas da unidade. Cerca de 30 participantes, entre estudantes e a equipe de paratletas, colocaram a mão na terra, plantando 100 mudas de hortaliças e flores sunpatiens, transformando a área externa em um vibrante espaço de aprendizado e convivência.
Fred Abib, Secretário Municipal de Esporte e Lazer, ressaltou a natureza multidisciplinar do trabalho. “O Centro Municipal de Paradesporto oferece um atendimento que vai muito além das atividades esportivas. Ele visa a socialização, a vivência de novas experiências e a valorização da independência. O contato com a natureza e a oportunidade de ver as hortaliças que consomem diariamente se desenvolverem são pilares deste processo”, explicou Abib. Essa visão de esporte como catalisador de vida é algo que sempre defendo.
Mariana Fraga, secretária adjunta de Agricultura e Segurança Alimentar, ecoou essa perspectiva, enfatizando o papel da horta como um ambiente de aprendizado e inclusão. “Mais do que um local de cultivo, a horta e o canteiro são espaços de convivência. O plantio traz vida ao ambiente e estimula o senso de pertencimento e o cuidado coletivo. É um projeto que une sustentabilidade, educação e saúde, fortalecendo o vínculo comunitário e a qualidade de vida”, afirmou Fraga.
Atualmente, o Centro de Paradesporto atende 306 pessoas, com aproximadamente 500 atendimentos semanais, cobrindo 14 modalidades que vão do basquete kids e adaptado ao parataekwondo, futebol e xadrez. A unidade também oferece apoio odontológico e psicológico, além de atividades funcionais para as mães dos alunos, integrando a família nesse processo de desenvolvimento.
Olhando para o futuro, Mogi das Cruzes tem expandido seu alcance com iniciativas como as “Clínicas de Bocha nas Escolas Municipais”, onde paratletas locais interagem com estudantes, e o projeto “Paradesporto para Todos”, que descentraliza modalidades como o karatê adaptado para bairros como Jundiapeba. É um movimento de levar o esporte e seus benefícios para mais perto da comunidade, que eu, Alex Braga, aplaudo de pé. É a prova de que a competição vai muito além das medalhas, construindo cidadania e um futuro mais inclusivo.
